9.2.08

Eleições num país estranho

Às vezes eu tenho a impressão de que a nossa imprensa dá mais atenção e dedica mais espaço às eleições americanas do que às brasileiras. Já tem um bom tempo que, na minha atual conjuntura caótica de leitura de jornais, me deparo com páginas e páginas sobre coisas estranhas, como primárias, delegados, superdelegados, super terça-feira, caucus etc.
Já desisti de tentar entender o sistema eleitoral americano. A cada quatro anos alguém me explica e eu até entendo, mas é tão complicado, tão cheio de regras loucas e nonsense, que quando vem a eleição seguinte eu já não me lembro mais direito.
E o pior é que, como os jornais e veículos de comunicação têm que ficar toda hora de certa forma explicando o que está acontecendo, praticamente não sobra tempo para falar sobre a plataforma e as propostas de cada candidato.
Ah, bom, mas enfim. Nas eleições americanas eu não voto.
Mas eu voto aqui. E fico muito, mas muito entristecida a cada vez que ouço mais uma vez alguém do governo dizendo que _________ (complete com o mais recente escândalo) já acontecia nos governos anteriores mas só agora está havendo transparência e divulgação dessas práticas. Como se isso fosse ótimo, uma grande notícia.
Como se eu não tivesse votado nesse governo duas vezes justamente para que o loteamento de cargos, os ministérios de porteira fechada, as mordomias parlamentares, os cartões corporativos, a proliferação de ministérios e secretarias, a nomeação de um zilhão de cargos de confiança etc. não acontecessem mais.

Que boba, eu.

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