14.11.06

Em busca do professor Pardal


Uma das conseqüências do meu não-hábito de assistir televisão é que, cada vez que assisto, acho coisas inacreditáveis. Sábado caí de pára-quedas num programa da Sony chamado American Inventor, que me deixou mesmerizada. É um concurso, que passa por várias cidades americanas, em busca daquela que será “a” grande invenção americana – e, claro, “o” inventor americano. Tem 4 jurados — um industrial britânico, um publicitário nova-iorquino, uma executiva de marketing especializada em consumo feminino (cuja empresa se chama Just Ask a Woman) e um inventor profissional (?) — e o concorrente precisa do “sim” de 3 deles para passar à fase seguinte. Pelo que entendi, são 12 finalistas que ganham US$ 50 mil para aperfeiçoar o seu invento, e o grande campeão, a ser eleito pelo público, ganha US$ 1 milhão. Várias coisas me impressionaram: as filas, pelas ruas afora, com os candidatos a inventores; as invenções; as performances dos inventores demonstrando seus produtos aos jurados; o drama pessoal de cada um deles (muitos dedicam a vida à invenção que estão apresentando ali, investem dinheiro, etc.); a obsessão americana (o inventor americano, a invenção que estará nos lares americanos, o produto de que a América necessita, a invenção que seduzirá o público americano, o espírito americano etc.). As invenções são de fato inacreditáveis (inacreditável também é este site, que traz todas elas).
Mas me empolguei, e finalmente achei um pretexto para falar sobre as coisas que não entendo como não foram inventadas – ainda.

O guarda-chuva de verdade – Se você reparar bem, a parte mais protegida (e seca) de um guarda-chuva é o cabo. Você fica em segundo plano, pelos lados, tentando se proteger chegando o mais próximo possível do cabo. Na verdade, o guarda-chuva como é hoje serve, numa chuva de verdade, para quem anda de chapéu e sobretudo. De resto, você se molha todo e o guarda-chuva só serve para manter um resquício de dignidade, e resguardar os cabelos de não ficarem totalmente ensopados. O guarda-chuva de verdade seria uma simples adaptação do cabo, que faria uma curva para o lado, deixando você no meio e um pouco mais protegido.

A buzina interna – Tenho um problema pessoal com pessoas que buzinam. Acho o supra-sumo da falta de educação. Moro bem perto de um hospital e as pessoas não estão nem aí, buzinam até sem motivo, assim, “para extravasar”, sacomé? A buzina interna seria um dispositivo simples colocado do lado de dentro do carro, bem perto do ouvido do motorista. Assim, quando ele aciona a buzina, o próprio som da buzina, além de sair normalmente, soaria também, e mais alto, bem no ouvido do motorista. Voltaria portanto a buzina ao seu objetivo inicial, de ser usada apenas em horas de emergência.

O banquinho da pia – Lavar louça está no top 5 das tarefas domésticas mais chatas (fica atrás de tirar roupa do varal – e guardar a roupa em seguida – e tirar o lixo). Mais ainda porque você tem que ficar em pé o tempo todo, na função. Não dá para sentar porque nunca tem espaço debaixo da pia. O banquinho da pia ficaria acoplado em trilhos que deslizam para baixo da pia, roubando um pouquinho do espaço tradicionalmente dominado pelo paneleiro, e, na hora de lavar aquela louça toda, você puxa e senta. Sim, uma ou duas panelas a menos, mas as varizes... que diferença!

Estão aí minhas idéias, se alguém quiser investir 50 mil dólares para que eu aperfeiçoe alguma, podemos conversar.

Um comentário:

Anunciação disse...

Que maravilha a idéia do banquinho!Que pena eu não ter dinheiro pra financiá-la!Sem contar que a pia daqui de casa foi feita pra gente alta e os altos não gostam de lavar louça.Sobra pra varizenta aqui.